quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ignorância?


Num destes dias em que me encontrei doente, olhei para a televisão com os olhos semi-serrados e o corpo mole e deparo-me com milhares de pessoas (ignorantes por certo), não a fazer culto à Nossa Senhora de Fátima, mas a fazer aumentar a economia de quem busca a ignorância para fazer negócio. Milhares de velas acesas numa praça abarrotada de peregrinos... Para quê? Porquê?
Lembro-me perfeitamente da última vez que fui a Fátima. Não fui com intenção de ver uma figura feita de cera, por certo. Mas lá fui. Ver inúmeras pessoas ajoelhadas, em pleno calor de Agosto, com crianças às cavalitas fez-me perguntar se era aquilo que elas queriam. Se era a dor que procuravam. Dizem ser uma estupidez (e há até quem diga que é pecado) o facto de pessoas depressivas cortarem os pulsos. Não será “pecado” também sofrerem por uma promessa que fizeram a um amigo imaginário? Sim, porque o que será mais Deus que um amigo imaginário? Faz-se a pergunta: “Onde está ele agora?” e recebe-se a resposta: “Ele está no meio de nós.” Porque não consideram estas pessoas loucas tal como todas as outras? É a queimar velinhas RECICLADAS que vão homenagear alguém ou pedir desejos? É por comprar colares e pulseiras que vão ficar protegidos de todo o mal? Não entendo. As pessoas deviam de lutar para encontrar soluções para cada problema e não parar e rezar esperando que as soluções apareçam, como se costuma dizer, milagrosamente.
Uma vez explicaram-me a teoria católica que responde a todas as perguntas que os ateus tão bem fazem. Mas eu vou ridicularizá-la tal como acho ridícula toda esta fixação pela religião: Ora temos um tampão. Eu posso dizer que esse tampão é o meu Deus. Eu acredito no tampão. Que vou eu fazer? Vou rezar para ele todos os dias. Se eu tiver um problema, vou rezar intensamente. Se o problema não se resolver eu vou dizer: “O tampão não pode ajudar sempre” por isso vou rezar ainda mais porque alguém vai dizer que não me dediquei o suficiente à fé. Se por acaso aparecer uma solução para o meu problema, eu vou dizer: “Obrigado tampão pelo milagre!”. Faz sentido? Eu não acho que faça sentido, tal como a religião em si.
A igreja diz querer ajudar o pobre mas no entanto, aumenta a sua economia tornando-se o órgão mais rico. E o crente continua de olhos vendados não querendo aceitar o que realmente se passa.
Depois dizem que nós, ateus, somos os pobres de espírito ou os ignorantes. Talvez sejamos ignorantes da sua ignorância, mas isso torna-nos sábios da verdade.