sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Aprende-se com os erros. Parte 2


Todo aquele tempo sem o ver e sem lhe tocar, despertara em mim um dos sentimentos mais difíceis de suportar: a saudade.
Morta a distância entre nós, tudo parecia perfeito. Via quase diariamente aquele sorriso que tanta falta me fez durante aquele tempo todo que teve fora. Abraçá-lo era agora um sonho tornado realidade.
Tempos depois, decidi ter coragem e falar-lhe de tudo o que passara. Pedi para falar-mos a sós, e sentados numa mesa de madeira, comecei a falar-lhe de tudo o que me sufocava cá dentro. Perguntei-lhe o porquê de me ter deixado falar, expliquei-lhe o quão mal fiquei com a sua ida, confessei o erro que cometera com o meu ex e pedi-lhe para nunca mais me deixar. A tudo ele respondeu-me e sempre com o seu sorriso querido na cara. Pousou a mão sobre a minha e disse: “Nunca pensei que pudesses ficar tão mal. Mas já passou. Eu já não me vou embora”.
Permanecemos juntos nessa noite e, por vezes, andávamos da mão dada e dedos entrelaçados. Entrámos num bar e ele sentou-se num banco alto enquanto eu permanecia à sua frente encostada a ele. Os seus braços percorreram a minha cintura e as suas mãos pousaram sobre a minha barriga. Meti as mãos sobre as suas enquanto deslizava suavemente o polegar sobre as costas da sua mão. Ficamos ali um pouco enquanto observávamos uma partida de snooker. Mais tarde, virei-me de lado. Permaneci encostada a ele mas com o braço sobre os seus ombros. Beijei-lhe a face com delicadeza. Ele esperou que eu afastasse os lábios da sua face para substituir a sua cara pelos seus lábios. Enquanto ficávamos naquele beijo, o mundo parou completamente. Sentia-me nas nuvens. Saímos dali, e mais tarde, fomos para a praia.
Noite de lua cheia e mar calmo. O reflexo da lua espelhava no mar cristalino. Era a melhor noite da minha vida. Sem dúvida alguma.
Quando chegou a altura de ir para casa, deu-me um beijo no canto da boca, sorriu-me e foi embora. Dias mais tarde, pergunto-lhe o que tinha sido tudo aquilo. Pergunto-lhe se aquilo tinha significado algo para ele. Ele responde-me que pensava que tinha sido diferente, mas que tinha chegado à conclusão que não. O arrependimento na sua cara é óbvio. Senti a minha cara a ficar demasiado fria e uma forte tontura fez com que me encostasse a um muro. A sua postura imóvel e o seu ar aterrorizado ajudavam-me a guardar as lágrimas que não queria que escorressem. Ele jurou-me que não era a sua intenção magoar-me e que eu merecia melhor. Abraçou-me enquanto me dizia: “Arrependo-me do que aconteceu porque agora vejo-te assim”. Pedi que fosse embora e ele olhava-me com um ar preocupado perguntando-me: “Ficas bem?”. Acenei com a cabeça, deu-me um beijo na cara e virou costas.
Chorei bastante, é verdade. Mas não me arrependia do que tinha acontecido. Porque apesar de estar a sofrer naquela altura, tinha tido a melhor noite da minha vida. Uma explosão de sentimentos. Um momento inesquecível. Fez-me a rapariga mais feliz do mundo, e mesmo por ter sido só naquela noite, ainda o agradeço por isso.
O tempo foi passando e ele começou a desprezar-me. Hoje, sinto-me usada. E o que aprendi com isto? Nem tudo é aquilo que parece. Mesmo que nos façam felizes por breves momentos, há pessoas que não têm a capacidade de o fazer a tempo inteiro. Viram costas. Ganham ocupações. Seguem as suas vidas. Esquecem o tempo a passar. Desprezam.
Só é merecedor de um coração aquele que o saiba amar.

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